sexta-feira, 19 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Índio brasileiro recebe prêmio na Espanha



Fonte: CIMI - Conselho Indigenista Missionário

Nesta sexta-feira, o índio wapixana Mário Nicácio recebe das mãos do Príncipe das Astúrias o prêmio Bartolomé de las Casas 2011, em Madri. Nicácio é coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que ganhou por unanimidade a distinção do governo espanhol, graças ao trabalho que desenvolve há mais de 30 anos nas áreas de saúde e educação dos povos indígenas no estado.

Em comunicado, o CIR se disse honrado com o reconhecimento do governo espanhol e de "muitas outras pessoas e instituições". "Isso nos motiva a continuar lutando, com ainda mais esforços, pelos direitos de nossos povos em Roraima, no Brasil, e ao redor do mundo", diz o texto.
Um dos principais motivos para escolha unânime do CIR foi sua campanha pela demarcação do território Raposa Serra do Sol, que hoje abriga cerca de 20 mil índios. Depois de anos de lutas, a área foi reconhecida legalmente pelo presidente Luiz Inácio da Silva, em 15 de abril de 2005. Leia a matéria completa aqui.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Vida de Deputete, by Produtora Pingo na Pia

Inspirada na rotina dos parlamentares alojados no Congresso e na novela global Cheias de Charme, a produtora Pingo na Pia lançou o vídeo Vida de Deputete. Confira. E divirta-se.


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Pedro Simon lança o "livro-cobrança": Cadê a CPI?


Pedro Simon acha estranho a inoperância da CPI que deveria escancarar o submundo da política nacional.
E lança um livro para alertar que tanto tempo, dinheiro e paciências gastos podem redundar em nada.

Muito triste este país!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Joaquim Barbosa ganha site de apoio


Com a bandeira do Brasil de pano de fundo, os idealizadores lançam o nome do ministro relator do julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa, para presidente do Brasil.
Trata-se de uma iniciativa popular, sem o aval direto de Barbosa. No cabeçalho do site, abaixo da inscrição “Joaquim Barbosa – presidente 2014”, vem o seguinte complemento: “Somos brasileiros que acreditam que o Brasil só achará seu caminho com um presidente sério”.


(fonte:http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2012/10/10/lancada-campanha-joaquim-barbosa-presidente/)

domingo, 30 de setembro de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A senadora, o filho deputado, o irmão escravagista: uma família a favor da escravidão!

A senadora Kátia Abreu, que há anos tenta aprovar um projeto para liberar as sementes transgências "suicidas" Terminator e, assim, transformar o agricultor convencional em dependenete das únicas 4 multinacionais donas da patente do produto, agora mostra que atua também em outra frente, sempre conspirando contra a humanidade: O trabalho escravo.
A senadora do PSD, que já emplacou um filho como deputado federal e agora luta para eleger o caçulinha como vereador, sofreu um duro golpe em seu projeto de empoderamento da família Abreu: seu irmão fazendeiro teve 55 trabalhadores resgatados de sua fazenda pela Polícia Federal.
É assim que a fofa demonstra seu amor ao próximo! E vale ressaltar: Irajá Abreu, o filho deputado, votou contra a PEC 438. Ainda assim, o rostinho bonito do moço não bastou para impedir que a PEC 438 fosse aprovada. Basta saber se a lei será aplicada e o tio escravagista do deputado tenha suas terras confiscadas para a Reforma Agrária. Abaixo, a matéria do Jornalista Leonardo Sakamoto, mostrando as condições em que o irmão da senadora mantinha os trabalhadores. Leia a íntegra da materia, clicando aqui.




Resgate de escravos envolve irmão de Kátia Abreu, diz governo



O Ministério do Trabalho e Emprego resgatou 56 pessoas de condições análogas à escravidão da fazenda Água Amarela, em Araguatins (TO). A área de plantio de eucaliptos, que também abrigava 99 fornos de carvão vegetal, estava sendo explorada pela RPC Energética. De acordo com a fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Tocantins, ainda que registrada em nome de um “laranja”, a empresa pertence a Paulo Alexandre Bernardes da Silva Júnior e André Luiz de Castro Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), liderança ruralista que também é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Abaixo os principais trechos da matéria de Bianca Pyl, Guilherme Zocchio e Maurício Hashizume, da Repórter Brasil:

Dedicado à extração de eucaliptos e ao carvoejamento, a RPC produzia matéria-prima para a siderúrgica Fergumar (Ferro Gusa do Maranhão Ltda.). Instalada em Açailândia (MA), a Fergumar é dona da fazenda e recebeu os 18 autos de infração lavrados na operação - que foi concluída na semana passada. A empresa, que já foi envolvida outras vezes em casos de trabalho escravo, não atendeu aos pedidos de posicionamento perante o caso solicitados pela reportagem. A Fergumar escoa 80% de sua produção para os Estados Unidos, incluindo grandes corporações do setor automobilístico. A reportagem tentou contato com os responsáveis pela RPC, mas não conseguiu parecer dos mesmos sobre o ocorrido. Também a senadora Kátia Abreu, que está temporariamente em licença médica do cargo parlamentar, não retornou até o fechamento desta matéria.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Recordar é viver: O eterno "concurso público" do Tocantins.

O Estado do Tocantins vive novamente a perspectiva da realização de concurso para preenchimento de seus quadros. Trata-se de uma novela sem fim. Em um de seus capítulos mais emocionantes, a promessa de concurso público, transparente e honesto passou pela gestão de Gaguim.
O vídeo abaixo resume tudo.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A luta pela liberdade tem sempre um alto preço.



Enxadrista Garry Kasparov é preso na Rússia por apoio à banda Pussy Riot

A polícia russa prendeu nesta sexta-feira (17) o enxadrista e líder da oposição Garry Kasparov por apoio à banda Pussy Riot durante o julgamento das três integrantes do grupo.

Outras 23 pessoas também foram presas, entre elas o oposicionaista Sergei Udaltsov, segundo testemunhas.

As três integrantes da banda de punk foram sentenciadas a dois anos de prisão cada por "vandalismo" motivado por ódio religioso em Moscou na Rússia.

As três foram presas, processadas e agora declaradas culpadas porque cantaram uma "oração punk" no altar da catedral de Cristo Salvador em fevereiro, pedindo para que a Virgem Maria "livrasse" a Rússia de Vladimir Putin, o então primeiro-ministro e hoje presidente. Pena deverá ser cumprida na prisão.

Kasparov, ex-campeão do mundo de xadrez, é comprometido há anos com a oposição liberal russa. Em fevereiro, liderou um protesto com o líder de extrema-esquerda Sergei Udaltsov e o advogado Alexei Navalny, um líder nacionalista carismático e lutador contra a corrupção, em São Petersburgo.

(Leia a notícia completa aqui: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/08/enxadrista-garry-kasparov-e-preso-na-russia-por-apoio-banda-pussy-riot.html

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Relembrar é viver: Roberto Jefferson e o Mensalão.

Uma ótima reportagem exibida na Tv Câmara relembra em detalhes o escândalo do Mensalão. Vale a pena refrescar a memória para acompanhar o julgamento dos envolvidos ao vivo, pela net.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Um pouco de história: Os direitos da mulher no Brasil.

Matéria veiculada pela NBR , uma web-tv do Governo Federal conta um pouco da história das conquistas femininas no Brasil.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Relembrando o Mensalão

O video abaixo foi produzido pelo blog www.implicante.org e serve para que você relembre passo a passo o maior esquema de corrupção política montado no Brasil.

domingo, 15 de julho de 2012

sábado, 2 de junho de 2012

Questão de tempo para a saúde do Tocantins ficar assim.

Esta é uma reportagem chocante: Ela mostra o descaso com a saúde dos pobres no Rio de Janeiro. Enquanto a "nobreza" carioca brinca com guardanapo na cabeça em Paris,  a plebe morre á mingua nos hospitais públicos. E profissionais ,como esta médica carioca absolutamente desesperada com a falta total de recursos e de condições de atendimento, a cada dia morrem um pouco junto com os pacientes.





sexta-feira, 25 de maio de 2012

Votando contra o trabalhador! Veja quem votou contra a PEC do trabalho escravo.

Leia a íntegra no  Blog do Sakamoto.


Muitos leitores me perguntaram quem foram os deputados federais que votaram contra a proposta de emenda constitucional 438/2001, que prevê o confisco de propriedades em que trabalho escravo for encontrado e sua destinação à reforma agrária ou ao uso social urbano.A PEC foi aprovada em segundo turno de votação na última terça, por 360 votos a favor, 25 abstenções e 29 contrários.
Então, posto um serviço de utilidade pública organizado pela Repórter Brasil. Abaixo, vocês podem ver as fotos de quem votou “não”.
Um deputado me disse na Câmara que publicizar resultados de votação é terrorismo, uma tentativa de intimidar quem votou de acordo com sua consciência. Considerando que a transparência é um dos pilares de um governo democrático e republicano, acredito que o nobre parlamentar esteja equivocado. Quanto mais soubermos como trabalham nossos representantes políticos, melhor será a decisão no solitário momento da urna eletrônica. Oxalá se todos os votos fossem abertos como em votações de emendas constitucionais.



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Em protesto, indígenas, quilombolas e camponeses fecham trecho da Rodovia Belém-Brasília




Matéria da Agência Brasil


Brasília – Indígenas, quilombolas e camponeses fecharam nas primeiras horas do dia de hoje (19) um trecho da Rodovia Belém-Brasília, a BR-010, na região do Tocantins. No local, segundo relatos, há uma longa fila de carros, caminhões e ônibus. O grupo critica a proposta, em tramitação no Congresso, que transfere para o Legislativo a demarcação de terras de povos tradicionais, e pede melhorias no atendimento à saúde desses grupos.
A coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, Laudovina Pereira, disse por telefone à Agência Brasil que o protesto será mantido até que os manifestantes consigam marcar uma reunião com representantes do governo federal ou do Ministério Público. Eles aguardam manifestações da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Secretaria Especial da Saúde Indígena.
Os manifestantes temem a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a demarcação de terras indígenas, e ação direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre o Decreto 4.887/2003, que regulamenta a titulação dos territórios quilombolas.
O protesto ocorre no Dia do Índio e faz parte de uma série de atividades e mobilizações promovidas ao longo do mês.
Edição: Juliana Andrade

quinta-feira, 12 de abril de 2012

MANIFESTO NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO





No dia 21 de março de 1960, em Shaperville – África do Sul, houve uma manifestação pacífica contra a Lei dos Passes (documento que a população negra deveria portar obrigatoriamente, com as anotações por onde podia circular, detida fora do percurso autorizado, a pessoa era presa e enviada para campos de trabalhos forçados, nas fazendas dos brancos). Essa manifestação foi duramente reprimida, acontecendo um verdadeiro massacre, morreram 69 pessoas baleadas e centenas ficaram feridas.
Em 16 de junho de 1976, 20.000 jovens negros da Cidade do Cabo, se revoltaram contra obrigatoriedade do ensino do Africaner, uma composição da lingua inglesa e holandesa falada pelos brancos na África do Sul, em detrimento da língua falada pela maioria da população sul africana, realizando uma passeata que foi reprimida com extrema brutalidade. Estes jovens resistiram incendiando lojas, carros e residências. Cerca de 600 jovens foram brutalmente assassinados pela policia sulafricana. Este dia ficou conhecido como o Levante de Soweto. Devido a imensa repercussão internacional do Levante de Soweto, a Organização das Nações Unidas – ONU, instituiu o dia 21 de março, como o DIA INTERNACIONAL PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
Nesse dia em todo o mundo, inclusive na Africa do Sul, são realizadas manifestações para denunciar  o racismo na  Europa, Estados Unidos,  Brasil, e em toda diáspora africana.
O Movimento Negro Unificado em conjunto com  Quilombolas, Sindicatos, Mulheres, Estudantes, Religiosos de Matriz Africana, estará realizando manifestações públicas, seminários, debates, panfletagens,em todo o país denunciando o racismo que se concretiza na Violência Policial, em especial sobre a juventude negra, no desemprego que se abate sobre a população negra, no racismo nos meios de comunicação , nas invasões das terras quilombolas pelo agro-negócio, por construtoras, mineradoras, industria de papel que agem criminosamente tentando expulsa-los e outras formas de exploração, com mortes violentas, inclusive, de lideranças em várias regiões do Brasil.
Em algumas regiões, são órgãos do Estado que tentam expulsar quilombolas, a exemplo da Marinha em Rio dos Macacos, na Bahia, e Marambaia,no Rio de Janeiro, e a Aeronáutica em Alcântara no Maranhão.
 
Contra o Genocídio da Juventude Negra
Pela Imediata Titulação das Terras Quilombolas
Contra a Criminalização dos Movimento Sociais
Pela Imediata Implementação da Lei 10639
Reparação Histórica e Humanitária Já
 
 
COORDENAÇÃO NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO

sábado, 24 de março de 2012

Nota de repúdio a aprovação da PEC 215/00




A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) repudia a determinação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados de aprovar no dia de ontem, 21/03, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00 que transfere para o Congresso Nacional a competência de aprovar a demarcação de terras indígenas, unidades de conservação e terras dos quilombolas.

A decisão flagrantemente inconstitucional, além de violar uma cláusula pétrea da Constituição, que é a separação de Poderes, ao usurpar do Executivo a prerrogativa de demarcar as terras indígenas, rasga a Constituição no que diz respeito ao reconhecimento dos direitos dos povos indígenas às terras que ocupam tradicionalmente. O fato de a bancada ruralista dominar a CCJ, como a maioria do Parlamento, o destino dos povos indígenas em um contexto como este é entregue ao poder do latifúndio, do agronegócio e de outras corporações capitalistas interessados nas terras indígenas e nas riquezas que elas abrigam.

A governo da Presidente Dilma, governo de composição e que age em base a pactuações com sua base aliada, tem responsabilidade pelo quadro de regressão dos direitos fundamentais dos povos indígenas traçado hoje no Congresso Nacional e nos outros poderes do Estado, e só cabe a ele intervir para reverter este quadro, senão, poderá passar para a história como omisso e co-responsável da deliberada intenção das elites deste país que como nos tempos da ditadura querem programar, tornar possível e consumar a extinção progressiva dos povos indígenas, que tem nas suas terras não só um meio de vida mas a razão de sua existência. O Estado Brasileiro com esta violência institucional torna ainda mais impagável as sua dívida social para com os primeiros habitantes deste país.

A APIB chama à opinião pública nacional e internacional a repudiar estas manobras e a exigir do Estado Brasileiro, principalmente aos poderes Executivo e Judiciário, a sua responsabilidade de zelar pelo cumprimento da Constituição Federal e de outros instrumentos internacionais de proteção aos direitos indígenas dos quais o Brasil é signatário.

Brasília, 22 de março de 2012.

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

quinta-feira, 15 de março de 2012

Os escravos, o senador e os deputados do senador...

"Os parlamentares manifestaram nesta quarta, 29, apoio ao senador João Ribeiro (PR) e lamentaram a forma com que a denúncia de suposta prática de "trabalho escravo" tem sido colocada pela imprensa. Na ocasião, a deputada Solange Dualibe (PT) destacou que o senador, apenas, está sendo investigado e não foi condenado." (Fonte: Site Roberta Tum - http://robertatum.com.br/noticia/depois-do-stf-acatar-denuncia-contra-joao-ribeiro-deputados-manifestam-solidariedade-e-apoio-ao-senador/19849 )

O senador João Ribeiro, para quem não sabe, teve acatada a denúncia de manter trabalhadores em condições de escravidão pelo STF. Para que não haja dúvida, publico abaixo fotos do local onde viviam estes trabalhadores e sob quais condições.


Caso isso não seja o bastante para causar a sua indignação, saiba que diversos deputados que acham que representam a sua opinião, já que receberam o seu voto, fizeram questão de se manifestar em apoio ao colega, alegando que trabalhador pobre tem mais é que beber água de poça, afinal não é todo brasileiro que tem água tratada, não é mesmo?



segunda-feira, 12 de março de 2012

A cibercensura da Santa Inquisição e a liberdade de blogar

Por Leonardo Sakamoto - http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br

“Malditas sejam todas as cercas! Malditas todas as propriedades privadas que nos privam de viver e amar! Malditas sejam todas as leis amanhadas por umas poucas mãos para ampararem cercas e bois, fazerem a terra escrava e escravos os humanos.” - D. Pedro Casaldáliga





Celebra-se, nesta segunda (12), o Dia Mundial Contra a Cibercensura, com o objetivo de engajar por uma internet sem restrições e acessivel a todos. Em um momento em que manifestações sociais usam a rede mundial de computadores como plataforma, a luta por liberdade de expressão online é essencial.
Vira e mexe alguém pede a minha humilde e reles cabeçorra em público por conta do que escrevo. Ou acusa ela de algo subversivo. Sim, sou o mal encarnado na forma de um japonês de cabelo encaracolado e sorriso simpático.
Já tive o prazer de ser alvejado da tribuna do Senado por Kátia Abreu (PSD-TO), senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária – quando defendi as equipes de fiscalização que combatem o trabalho escravo. Ou de ser criticado pelo então deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que me chamou de “vaca holandesa” (hehehe – ninguém pode dizer que ele não tem senso de humor), devido às minhas críticas às mudanças no Código Florestal. Isso não limita a lista de ilustres. Particularmente, acho tudo isso instrutivo e não me incomodo. Afinal de contas estamos em uma democracia e o debate público, se não leva ao Nirvana, pelo menos ajuda a avançarmos na efetivação da cidadania por dar transparência às relações sociais e trazer informação ao público. Ou não.
De tempos em tempos, representantes de diferentes denominações cristãs também escrevem algo contra o meu blog. Dessa vez, foi na página de Luiz Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos, e colega jornalista. Eles postou o texto que está no final deste post há alguns dias, fato que só chegou ao meu conhecimento hoje. Aliás, me coloco à disposição para um debate no Tuca sobre direitos humanos e religião se ele topar.
Desde que comecei a lecionar Jornalismo na PUC-SP, a frequência das reclamações têm aumentado. Há pessoas que acham um absurdo uma universidade católica ter, entre seus quadros, um professor que defende o direito ao aborto e à eutanásia, o Estado laico, a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo, o Palmeiras, enfim, o direito a ter direito.
A PUC e sua direção, pelo menos no que diz respeito ao uso que faço da minha liberdade de expressão, têm adotado um comportamento que se espera de uma universidade, garantindo o debate, o livre pensamento e a pluralidade de opiniões. Ou seja, não recebi até agora nenhum pedido para que não exponha posições ou divulgue informações, mesmo que em desacordo com o que prega a fé católica. Desde que a discussão que proponho fique no âmbito dos argumentos e não desqualifique o argumentador, não creio que tenha que temer qualquer censura. Não acredito que uma instituição, que foi resistência contra a ditadura, mude de posição.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Relato de um sobrevivente sobre o incêndio na Estação brasileira da Antartida

Publicado no link http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=10150669194912268&id=736787267

indicado pelo ator Márcio Ribeiro, via Twitter, publicado na íntegra.



Caros,

Em função de muita gente me perguntando, de algumas coisas que eu tenho visto e julgo não estarem muito certas ou detalhadas, também para não sofrer com uma declaração descontextualizada ou com uma edição enviesada (como aconteceu com meu colega e amigo Patrick Simoes Dias), queria deixar aqui meu relato, agora com um pouco mais de serenidade, sobre o que aconteceu em Ferraz, na minha visão e lembrança (enquanto ainda está fresca), que isso seja ressaltado:

Era por volta de uma da manhã. Eu já estava deitado no meu camarote (que ficava na seção nova), mexendo no computador, quase dormindo. A energia elétrica oscilou e logo depois caiu. Ficou um ou dois minutos assim, até que voltou e logo em seguida caiu de vez. Levantei, dei uma olhada no corredor e, como nenhum alarme havia disparado, não dei muita importância. Assim que sentei de novo na cama, o Juliano entrou no meu camarote me avisando "Vambora, vambora, tá pegando fogo". Soube depois que já havia sido feita uma chamada na sala de estar e que haviam dado por minha falta. Me vesti correndo e nos reunimos na sala de estar, como havia sido orientado na chegada a Ferraz. Enquanto era feita nova chamada, as pessoas (eu incluído) pegavam roupas de frio na sala de secagem, ao lado da sala de estar, pois já havia sido dada a ordem de abandonar a estação. Assim que saí da estação, olhei para o compartimento dos geradores e já havia chamas muito grandes, coisa de uns 3 andares de altura, ou mais. Isso cerca de cinco minutos depois da queda de energia. Esperamos algum tempo lá fora, enquanto isso ouvi as pessoas no rádio tentando falar com Arctowski (estação polonesa) e Frei (estação chilena, aparentemente sem resposta) e quem tinha celular tentou falar com amigos e familiares, para avisar do ocorrido, para dar notícias de que estavam bem e que tentassem avisar a Secirm ou a Marinha para que organizassem nosso socorro. Ouvi um rumor de que a Erli (desculpe, mas o FB não está fazendo o link para seu nome) havia conseguido notícias via seu marido, que pertence à Marinha, de que Brasília já sabia do ocorrido.

Vi bastante gente (GB e Arsenal) correndo, tentando fazer funcionar bombas com água do mar, inclusive o mergulhador Bruno vestiu sua roupa seca e ficou na água ajudando. De onde eu estava (um pouco para cima do heliponto) não consegui ver ninguém com o traje de combate (máscara, cilindro, roupa à prova de fogo, etc). Isso não tem nada a ver com o Bahia e o Santinho (como chamávamos carinhosamente os dois bravos), há testemunhas de que ambos entraram devidamente equipados. Se não havia trajes para todos, ou se teria acontecido diferente se todos tivessem os trajes, isso é outra discussão, mas tenho uma opinião como a do Patrick a respeito. Ter feito as coisas do jeito que fizeram, com todas limitações que tinham, só os engrancede. O Patrick falou peremptoriamente sobre isso em sua entrevista ao JN (editada como o Diabo gosta), da qual fui testemunha integral, antes que alguma cabeça ruim ou mal intencionada tire outra conclusão a respeito. Vi também um trator dar a volta para trás da estação, junto ao lago, e algumas pessoas fazendo alguma coisa. Depois vim a saber que tentavam pôr abaixo uma das paredes para acessar o compartimento onde estavam/estariam os dois.

Quando se deram conta que haveria a possibilidade de resgatar alguma coisa, pelo fogo ainda não ter chegado às seções de camarotes, o alpinista Vitor e o ESG Teles organizaram a entrada de pessoas em grupos de 5 e foi quando eu peguei apenas minha mochila com notebook, joguei minha carteira dentro e perdi todo o resto das minhas coisas. Em seguida ficamos lá fora alguns instantes, distribuindo o que havia sido trazido conforme o que as pessoas precisavam: uma jaqueta, um cobertor, um par de luvas e por aí vai. Para que não ficassem desabrigadas, as pessoas começaram a ocupar os módulos externos de química e meteorologia. Chegando ao módulo de química, ele já estava quase totalmente ocupado, inclusive pelo Medeiros que já tinha sofrido os primeiros socorros nas queimaduras da mãos. O Vitor organizou um brupo para buscar água, mantimentos etc nos refúgios de emergência. Entrei e saí do módulo algumas vezes, mas acho que fiquei mais tempo dentro que fora. Imagino que por volta das 4:00 vimos luzes vindo em nossa direção. Eram dois botes poloneses. Vinham tão alinhados que algumas pessoas acharam que fosse um barco maior. Quando chegaram, pediram um voluntário que falasse inglês e espanhol para ajudar no socorro do Medeiros. Me ofereci e fomos com um bote pequeno, com motor de 40hp dois tempos, eu, Medeiros e dois poloneses. Enquanto um pilotava, o outro ia na proa com um remo desviando os pedaços de gelo. Apesar do mar estar bastante ruim, o Medeiros, que estava sob uma cobertura de roupas especiais e cobertores praticamente não se molhou, mas apresentou sinais de hipotermia assim que chegamos a Arctowski, imagino que por ter ficado parado muito tempo e por ter baixado a adrenalina. Só saímos de bote porque ainda não havia a confirmação dos helicópteros chilenos. Depois, em Frei, me disseram que eles não voam à noite. Enfim, no meio do caminho de Ferraz para Arctowski, cruzamos com um bote chileno, vimos o navio argentino regressando e quando estávamos chegando à estação polonesa, começou a clarear bem e vimos helicópteros indo a Ferraz. Pouco depois de termos desembarcado (estava muito ruim abicar, então o piloto do bote não teve dúvida: pulou na água, que estava na altura do seu peito e trouxe o bote no braço), um helicóptero chileno com médico a bordo já estava em Arctowski e com ele fomos eu e o Medeiros para Frei, onde ele recebeu os primeiros cuidados por sua hipotermia, em seguida foi transferido à estação russa (Bellingshausen), onde foi operado por um médico e um enfermeiro russos, um médico chileno e um uruguaio. Me disseram que foi para tirar o tecido morto, evitar necrose e seqüelas; disseram também que ele teve queimaduras de primeiro e segundo grau nas mãos, segundo e terceiro nas costas e primeiro no rosto. Ainda assim, os médicos me tranqüilizaram muito dizendo que a cirurgia não poderia ter sido melhor e que ele teria condições de ir conosco naquele dia mesmo.

Me cortou o coração, me deu um nó na garganta, por que o Medeiros perguntava o tempo todo pelo Santinho e pelo Bahia. Até que eu chegasse a Frei não havia notícia deles, apesar de haver um inquietação em Ferraz, pois muita gente tinha dado falta dos dois. Assim que o Medeiros entrou na enfermaria para ser tratado da hipotermia, o Coronel Mejias, chefe da estação chilena, me disse que ambos haviam falecido e a "ficha" não caía... foi uma merda, não tem outra palavra melhor para descrever. Mesmo grogue depois da cirurgia, o Medeiros me perguntou mais uma vez dos companheiros, mas eu achei que não era nem a hora, nem lugar e, principalmente, que eu não era nem a melhor nem a pessoa certa para dar a notícia a ele. Depois que ele adormeceu, subi para o hotel de trânsito, onde encontrei todos os brasileiros, exceto o GB. Imagino que isso tenha sido por volta das 10h da manhã pois às 11h embarcamos no Hércules Argentino em direção a Punta Arenas e o resto todo mundo já sabe. Quando estava saindo, cruzei com o Chefe da estação, Coimbra; Bezerra e o Giga, todos visivelmente emocionados e abalados pela tragédia. Abracei a todos, sem dizer nada, porque não havia palavras. Tentei falar ao chefe sobre o Medeiros, mas as palavras não vinham... uma tristeza só.

Por ter saído mais cedo que todos da estação, para participar do socorro ao Medeiros, não saberia dizer como as coisas aconteceram por lá depois que amanheceu.

Gostaria de lembrá-los que é o MEU relato, com as limitações de todo tipo que a situação me impôs, apesar de eu ter tentado ser o mais objetivo o possível. Se algum colega tiver algo a acrescentar, criticar, discordar, etc, por favor, abra seu coração, de verdade.

Toda a admiração e gratidão aos que combateram o fogo, indistintamente. 

Toda a admiração ao espírito de cooperação de Chilenos, Russos, Uruguaios, Argentinos e especialmente aos Poloneses, pela valentia e disposição durante o resgate do Medeiros, do qual eu me orgulho de ter participado.

Um abraço a todos e todo meu pesar às famílias e amigos pelas perdas do Carlos Alberto Vieira Figueiredo "Bahia" e Roberto Lopes dos Santos "Santinho", pessoas que eu sempre via com um sorriso no rosto durante toda convivência que tivemos na estação e no mar, nessa e em outras Operantar. Vamos tentando remontar a vida, apesar dos pesares.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Universidade dos Pés Descalços na Índia - uma revolução silenciosa.

No Rajastão, na Índia, um professor extraordinário ensina pessoas (mulheres e homens) em comunidades rurais – muitas delas iletradas – como tornarem-se engenheiras de energia solar, artesãs, dentistas e médicas em seus próprios povoados. É a chamada Universidade Barefoot (Pés Descalços) e seu fundador, Bunker Roy, nos explica como ela funciona.

Uma prova concreta de que quem realmente quer, pode mudar a sua realidade e o mundo!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

47 indígenas foram assassinados no Brasil em 2011

Quarenta e sete índios morreram assassinados no Brasil no ano passado, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Mato Grosso do Sul segue com o maior número de mortes violentas de indígenas no país.


Foram 27 assassinatos no estado - 25 vítimas do povo Guarani Kaiowá e dois do povo Terena. Entre os casos relacionados está a morte da estudante indígena Lucivone Pires, de 28 anos, queimada durante ataque a um ônibus escolar ocorrido em 3 de junho no município de Miranda, a 203 quilômetros de Campo Grande.
Trinta estudantes estavam no veículo. O levantamento não inclui ainda o caso do índio Nisio Gomes, desaparecido durante ataque ocorrido em 18 de novembro no acampamento Tekoha Guaiviry, em Aral Moreira, a 18 km da fronteira com o Paraguai.

Gomes é considerado desaparecido, mas índios da comunidade afirmam que viram quando ele foi baleado e colocado numa caminhonete pelos agressores. A investigação está a cargo da Polícia Federal e seis pessoas devem ser indiciadas pelo crime, entre elas um proprietários de terras na região.




segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Oito anos depois, Chacina do Unaí continua impune

Reportagem de O Estado de São Paulo

Oito anos após a o assassinato de quatro servidores federais que atuavam na fiscalização das condições de trabalho escravo no campo, o crime conhecido como a Chacina de Unaí permanece impune. A data, 28 de janeiro, ficou conhecida como o Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo.


A Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra divulgou nota nesta sexta-feira, 27, condenando a “escandalosa demora do processo judicial decorrente deste bárbaro crime”. Segundo o CPT, o sangue derramado pelos servidores do MTE em Unaí “exige dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo que assumam de vez a defesa incondicional dos direitos da pessoa, quebrando as amarras que os subjugam ainda ao bel prazer do poder econômico. Está na hora da cidadania reinar em nosso País”.

A CPT critica também a demora para a aprovar a PEC 438/2001, que estabelece o confisco de propriedades nas quais for constatado trabalho escravo e sua destinação para a Reforma Agrária. A PEC do Trabalho Escravo, como é conhecida, foi aprovada em dois turno no Senado, e em primeiro turno na Câmara, em 2004, e desde então nunca mais foi colocada em votação.

Segundo o Ministério Público Federal em Minas Gerais, apesar de ter sido rapidamente apurado, denunciado e pronunciado, a chamada Chacina de Unaí vem se arrastando há oito anos nos tribunais, devido a inúmeros recursos interpostos pelos réus.

Saiba mais clicando aqui.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Blog do Sakamoto: Uma análise da reintegração de posse em Pinheirinho.




"Breve comentário sobre a violência no Pinheirinho" - Por Leonardo Sakamoto


Estive em São José dos Campos (SP) por conta da violenta reintegração de posse da área da comunidade Pinheirinho neste domingo. A polícia militar proibiu a entrada dos jornalistas, limitando-os ao entorno, o que é sempre um mau sinal – sem a presença livre da imprensa, a sociedade recebe informações limitadas e a fiscalização dos atos do poder público torna-se capenga. Ou seja, esconde-se mais facilmente o que não se quer mostrar. Devo postar mais material aqui depois (estou fora por conta de assuntos pessoais – sim, tenho vida própria!), inclusive entrevistas com especialistas para analisar o que ocorreu.

Enquanto isso, conversei com juristas sobre dúvidas de colegas jornalistas a respeito do caso. Posto aqui (atenção, isso é uma análise ampla sobre a questão de desocupações. Cada caso tem suas peculiaridades que nós, jornalistas, teimamos em ter preguiça de considerar):

1) Ao receber uma ordem judicial, mesmo que formalmente correta, mas cuja execução possa colocar em risco a vida de pessoas, o Poder Executivo tem o dever de tomar todas as medidas para evitar esses excessos. E caso acredite que seja impossível, que pessoas saiam feridas ou com a dignidade vilipendiada, tem o dever de não cumpri-la e procurar alternativas;

2) A Constituição Federal proíbe servidores públicos de cumprir ordens judiciais quando, para a sua execução, tenham que cometer excessos. Acima do interesse particular está sempre a proteção da dignidade humana. Como a ocupação era antiga, cai por terra a questão da necessidade de urgência;

3) Ou seja, culpa do governo. Mas a Polícia Militar também não podia receber a ordem para paralisar a ação por parte da Justiça Federal. Teria que receber uma contraordem da esfera que deu a ordem de reintegração, a Estadual, seja da juíza ou do TJ-SP;


(Leia na íntegra, clicando aqui.)

(Fotos: Site UOL )

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Indicadores de uso de crack no Tocantins preocupa. Mas preocupa a quem?

Sem nenhuma política efetiva , o Governo Estadual segue tratando o problema do uso de crack com passeios de helicoptero. Enquanto isso, a droga se espalha pelo Tocantins e pelo mundo.

Estes são os ultimos dados oficiais sobre o assunto, divulgados pela Revista Veja.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

E nós com isso?

Em São Paulo, tendo como justificativas a revitalização do espaço urbano e o combate ao uso do crack, a Prefeitura de São Paulo iniciou um processo de demolição de imóveis, no centro da capital.
Não vou nem me aprofundar na ação da PM contra os usuários. Basta dizer que, sem estar preparado para oferecer tratamento, o máximo que o Estado faz é espalhar o problema: A cracolândia não é um lugar. É uma multidão composta por  pessoas que precisam de tratamento urgente e funciona como um índicador social  tão ruim, tão apavorante, que  até mesmo o Estado não consegue mais ignorar. E age de forma errada, como sempre.
Mas este post é sobre algo ainda mais nebuloso. Trata-se do processo de gentrificação:Intervenção em espaços urbanos que provoca sua valorização imobiliária com a retirada de moradores que pertencem a classes sociais menos favorecidas.

E o que está acontecendo em São Paulo, serve de alerta para todo o Brasil.

Assista abaixo:


LUZ from Left Hand Rotation on Vimeo.