terça-feira, 18 de setembro de 2007

Democracia virtual: Estamos alertas!


“Na sexta-feira à tarde, 14.9.2007, o site do jornalista Cleber Toledo promoveu entrevista com o Excelentíssimo Senador da República pelo Tocantins, João Ribeiro. Na linguagem cibernética: ‘ao vivo’.

Para participar, o internauta deveria cadastrar-se no local indicado e num clique estaria diante da democracia virtual em prol da liberdade de expressão e manifestação do pensamento.

O direito de debate com um agente político – servidor público pago pelo brasileiro para exercer seu mandato em defesa dos interesses da população – foi realizado com o internauta enviando a um moderador seu questionamento.

O moderador enviava ao site as perguntas a serem respondidas pelo entrevistado-parlamentar. Enquanto o que foi postado pelo internauta que perguntava não fosse respondido, não havia possibilidade de enviar outras perguntas.

Ao esperarem por nova oportunidade, os internautas participantes não tinham comunicação entre si, o que é possível nos chats de entrevista no UOL.

Pede-se licença ao jornalista Cleber Toledo para fazer uma crítica ao formato idealizado para o debate e humildemente tentar contribuir com sugestões.

Da forma como realizada, a entrevista permitia ‘claques’ de pessoas que participariam já tendo combinado com o entrevistado pergunta e resposta. O tempo que o entrevistado demorou para responder estas e outras perguntas, sem que o internauta pudesse enviar outra mensagem seria amenizado se todos pudessem conversar entre si, como fazem no UOL.

Afinal, ali se reuniram pessoas dispostas a discutir política.

Tanto para o formato do seu site, quanto para o UOL deixo uma sugestão, se possível tecnologicamente implementá-la: que realizem as entrevistas em tempo real em programas como MSN para ser mais ao vivo ou, ao menos, que as perguntas sejam postadas diretamente na tela, para que todos as vejam.

Caberia ao entrevistado escolher qual responder. Penso que não haveria problemas com postagens desagradáveis, pois há ferramentas para bloquear um internauta inconveniente nas salas de bate-papo. Daria mais conteúdo ao evento.

Quando um político vai a um comício ou a uma caminhada está sujeito a alguma manifestação ideológica contrária ao que defende. Se existirem, rapidamente serão abafadas pela segurança ou polícia militar. Em contato direto com o povo, o político pode até sofrer uma tentativa de assalto ou seqüestro relâmpago, mazelas a que estão sujeitos diariamente o cidadão comum.

Mas, numa sala de bate-papo, o entrevistado está completamente seguro. A única ‘arma’ do cidadão é a palavra escrita. Para, inclusive, valer-se do seu direito constitucional de liberdade de expressão e manifestação do pensamento.
Para melhor exercício dele, aproveitando a rara e digna iniciativa de debate político, deveria haver menos bloqueio, seleção e obstáculos no acesso ao entrevistado e, ainda, na publicidade de tudo o que está sendo questionado, por todos os participantes.

Mesmo porque o parlamentar é pago com dinheiro público para defender os interesses da sociedade. Interesses que podem mudar ao longo de 8 anos de mandato. Portanto, quanto mais ouvir o cidadão, melhor cumprirá este mister.

O cadastro prévio no site previne os excessos por si só, podendo eventualmente ser utilizado na punição do mau uso da liberdade de expressão e manifestação do pensamento. Mas, de forma repressiva, após acontecido e não preventiva, como no formato da entrevista realizado.

Fica aqui a humilde sugestão a tão importante iniciativa pela imprensa virtual”.

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