1. O nascimento de um partido é sempre motivo de expectativa, tanto da parte daqueles que o fundam –os seus dirigentes—, como da parte da população em geral. Os primeiros, buscando “costurar” suas linhas de ações teóricas pré-estabelecidas, dando visibilidade a esses marcos no campo da realidade, e os segundos, a maioria contemplativos e céticos, a espera de resultados capazes de motivá-los em seus interesses e na busca de sintonia com suas bandeiras de luta.
2. O nascimento do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL, em Tocantins, se deu inicialmente num ambiente de fortes disputas pela sigla, com grupos e pessoas conservadoras tentando se apossar da sigla partidária, para fazer dela mais um partido eleitoreiro e sem nenhum princípio. Mas um grupo de militantes, compostos de professores, donas de casa, bancários, intelectuais orgânicos, advogados, funcionários públicos, estudantes e desempregados resolveram que era preciso manter a esperança de construir um partido ético, com princípios, de esquerda, com capacidade de lutas e sem cair na picaretagem e engodo político tão comum aqui no Tocantins.
3. Ainda que a idéia de se criar um partido tenha surgido inicialmente no âmbito federal, para a concretização desse feito, entretanto, coube aos Estados brasileiros dar, em dez deles, a sua parcela de contribuição na arregimentação e adesão de mais de 450 mil eleitores que assinaram listas de apoio. No Tocantins, como não poderia ser diferente, contribuímos com mais de duas mil assinaturas de apoio que foram encaminhadas ao Tribunal Regional Eleitoral para o registro da sigla nacional. Mas desse total apenas uma ínfima minoria transformou-se em militantes e dirigentes. Por isso é preciso compreender que com o gesto inicial de solidariedade garantimos a existência do PSOL, mas agora precisamos fazer o Partido existir de fato, garantindo a sua participação efetiva na construção do cotidiano das lutas dos trabalhadores (as). do
4. A construção do PSOL em Tocantins, portanto, caminha latente e confiante, de mãos dadas com a Direção Nacional, que naturalmente assume a dianteira nessa empreitada cidadã, oportunizando a todos àqueles que sonham com a construção de um outro Brasil, concretizar a idéia da criação de um novo partido construído pela “experiência viva dos movimentos sociais e dos seus protagonistas”. É esse o espírito que move e impulsiona os tocantinenses do PSOL e que agora convida você para essa empreitada de lutas e sonho.
5. Também não se pode desconsiderar que, para a criação do PSOL, contribuiu em muito a expulsão de companheiros parlamentares da Câmara Federal e Senado, que pertenciam ao Partido dos Trabalhadores. Foi por discordarem da mudança de orientação das idéias fundantes do PT, é que eles foram eliminados das fileiras do partido (in) justamente por votarem contrários a acordos escusos firmados por suas bancadas em ambas as Casas Legislativas.
6. Desnecessário dizer que o PSOL em razão desse fato, já nasceu de certa forma estigmatizado: nasceu na condição de excluído que sofre na pele o preço de sair em defesa de seus irmãos que se encontram na mesma situação e marginalidade. Eis aqui o que se configura mais emblemático na figura do PSOL, e suas instâncias são chamadas a responder: Irá buscar o PSOL o espaço perdido, através de sua militância de esquerda, trilhando para tanto o curso do socialismo tardio, aquele que o Partido dos Trabalhadores olvidou? Ou será o PSOL capaz de traçar novos rumos criando formas mais ampla de participação popular, garantindo assim a implantação de um projeto alternativo de desenvolvimento para o Brasil? A sua resposta decidirá isso?
7. É nesse contexto “macro” de preocupação nacional que o PSOL insere-se e lança suas raízes no solo fértil da ebulição social do Tocantins, buscando na seiva revolucionária de seu povo, —entre os cerrados, florestas de babaçú, indígenas e migrantes do capital—, o espaço que necessita para reforçar bandeiras esquecidas, demandas reprimidas que a sociedade desse Estado enfrenta, ajudando seus segmentos a desfraldá-las e empunhá-las com braço forte. O PSOL, ao instalar-se no Tocantins, em seus municípios, há de ter, entretanto, um propósito maior: Deve ser mais que uma alternativa político-partidária restrita à intelectuais e cidadãos conscientes, egressos de frustrações ideológicas ou revanchistas que “pensaram” essa nova sigla como forma de auto-afirmar-se. O partido deve assumir para si e para aqueles que gravitam em torno da esperança despertada pela nova luz do astro rei, que ele se configura, no atual momento, como uma das últimas oportunidades críveis, de bem representá-los. Oportunidade de estabelecer um debate respeitoso com a sociedade, garantindo a participação dos setores sociais e populares em vista de se construir um novo jeito de governar, na gestão, que pretendemos “socialista” da política.
8. Isso porque o que nos nutre ainda é “a idéia de que a solidariedade pode ser o princípio organizador da vida em comum. Porque continua de pé a possibilidade de construir projetos em que participe uma ativa maioria da população, como algo pertencente a ela e construído com sua energia”, tantos nas aldeias como os povoados, tanto nos municípios como no Estado e no País.
DIREÇÃO ESTADUAL DO PSOL TOCANTINS
GESTÃO 2007 -2010
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