quinta-feira, 2 de abril de 2009
Crise financeira do governo atinge diárias de servidores, custeio em geral, fornecedores e imprensa
Do blog de Cleber Toledo: www.clebertoledo.com.br
Olha só: servidor público estadual que tiver que desempenhar uma tarefa no interior do Estado e, compromissado que é com sua profissão, insistir em ir, terá que fazê-lo com os próprios recursos, sabendo que não se sabe quando o governo do Tocantins vai ressarci-lo. O que é pior: se será ressarcido. Isso porque servidores estaduais disseram ao blog que o governo não paga há meses as diárias dos profissionais. Isso atinge em cheio vários setores, mas principalmente áreas fortes no atendimento ao cidadão em seu ambiente, como é o caso de Naturatins, Ruraltins, entre outros. As dificuldades, segundo esses servidores, são bem anteriores à chegada da crise mundial ao Tocantins e estão comprometendo a qualidade dos serviços públicos.
Outros setores também estão sendo atingidos. Funcionários da Junta Comercial do Estado (Jucentins) informaram ao blog que o órgão chegou a ficar com os telefones cortados. A Jucentins arrecada, segundo esses servidores, R$ 100 mil por mês, o que seria suficiente para cobrir suas despesas de custeio. O problema é que esse dinheiro acaba ficando "preso" na Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Também sem informação oficial, porque ninguém dá, vem a notícia de que a Agrotins dos últimos anos foi feita "fiada" e a deste ano com a condição de que pelo menos a do ano passado fosse paga. Os fornecedores estariam aceitando os caprichos do governo na esperança de receber os milhões de reais em atraso.
Enquanto isso, à boca pequena estima-se que a Secretaria Estadual de Educação gastará, pelo menos, R$ 7 milhões com o Salão do Livro.
Caixa preta
Outro sinal da crise ocorre na Secretaria Estadual de Comunicação (Secom), que há meses não paga as empresas de comunicação do Tocantins. Para piorar, os processos do órgão pararam depois da estranha e inesperada queda dos dois superintendentes mais fortes da pasta, o de Marketing e Publicidade, Diogo Muraro, e o de Administração e Finanças, José Moreno da Silva, esta semana. Sobre a saída deles, silêncio absoluto na Secom. Há dias que os funcionários da pasta vêm dizendo a colegas de imprensa que o clima da secretaria estava pesado.
Como não há versão oficial, surgem versões extraoficiais de auditorias, entre outros absurdos. O problema é que a Secom é a grande caixa preta do governo estadual. São milhões de reais recebidos anualmente e que ninguém sabe para onde vai porque a secretaria nunca consegue saldar suas dívidas com as empresas de comunicação, entra ano e sai ano. Falta transparência nos números, ninguém consegue acesso aos gastos da pasta, de forma individualizada (isto é, para ficar bem claro, quanto a Secom gasta por empresa de comunicação do Estado e fora dele - pedir isso é tido como "pecado mortal").
As empresas de comunicação do Tocantins são ávidas por esse dado para tirar a dúvida de quanto é gasto com os veículos de fora do Estado. A desconfiança geral é que a grande maioria dos recursos são canalizados para Goiás e Brasília. Mas, reforçando, a falta de transparência da Secom impede acesso a esses números. O secretário Vieira de Melo, segundo jornalistas têm informado uns aos outros, por MSN e telefone, teria dito, dias atrás, a um colega de uma pasta congênere à dele que os dois precisavam destruir alguns veículos de comunicação do Tocantins para poder ter condições de promover o governo.
Pelo cenário de incompetência em concurso, indenização da PM, 25% tomados dos servidores, perda de prazo em processos, RCED, etc., etc., etc., para promover esse governo, só assim mesmo.
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